(Fonte da imagem: Reprodução/Dvice)
Quais são os pré-requisitos de um bom aprendizado? Um professor
atencioso com uma respeitável bagagem cultural? Talvez. O problema é
que, em certas regiões da África, não apenas é difícil encontrar adultos
instruídos como é bastante raro topar com alguém que saiba ler e
escrever.
Isso dificulta as coisas, é claro — mas também serve de estopim para
algumas propostas realmente criativas, como a mais recente empreitada do
projeto OLPC (One Laptop Per Child). Munidos de milhares de Motorola
Xoom, alguns membros da organização partiram para a Etiópia, a fim de
distribuir os exemplares para diversas crianças que não apenas
desconheciam tecnologias do gênero, mas que jamais haviam visto uma
única palavra impressa.
De nenhum conhecimento a um “hack” de Android
O diferencial? As caixas foram apenas deixadas lá, sem qualquer tipo
de instrução — pelo menos, nada além de “Que tal estas caixas? Façam o
que quiserem com elas”. A ideia era simples: aplicar uma lição de
autodidatismo às crianças e, posteriormente, colher os resultados da
experiência que seriam registrados em um cartão de memória embutido em
cada Xoom.
(Fonte da imagem: Reprodução/MIT)
Eis a grata surpresa, entretanto, conforme descreveu o próprio
fundador da OLPC, Nicholas Negroponte, durante conferência realizada no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets):
“Nós deixamos as caixas no vilarejo. Fechadas. Lacradas. Sem
qualquer tipo de instrução e sem ninguém para explicar. Eu achava que as
crianças iriam brincar com as caixas! Mas em alguns minutos, uma
criança não apenas abriu a caixa como também encontrou o botão on/off.
Ele jamais havia visto um botão on/off. Ele ligou ligou o tablet. Em
cinco dias, eles estavam utilizando uma média de 47 aplicativos por
criança por dia.”
E ele continua:
“Em algumas semanas, passaram a cantar músicas em inglês pelo
vilarejo. E após cinco meses eles hackearam o Android. Isso porque algum
idiota da nossa organização ou do Media Lab havia desabilitado a
câmera. Eles descobriram que havia uma câmera e alteraram o Android [negrito nosso].”
O experimento da OLPC teve início no início deste ano e se propunha a
verificar se as crianças poderiam aprender a ler e a escrever em
inglês. De fato, a experiência foi além dos meninos e meninas. Conforme
alguns estudos prévios da organização mostraram, é comum que os filhos
acabem aprendendo e ensinando os próprios pais.
Fonte(s): MIT
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