A Discovery Channel derrubou um Boeing 727 no meio de um deserto no México para a realização de um documentário que visa entender o motivo de alguns passageiros sobreviverem a desastres aéreos, enquanto outros não têm a mesma sorte.
O acidente controlado demorou 4 anos para ser planejado e contou com a
participação de inúmeros especialistas para avaliar os dados obtidos
através das 38 câmeras especiais instaladas por toda a cabine, além de
mais de US$ 500 mil em bonecos para testes de acidentes e inúmeros
sensores espalhados pelo interior da aeronave.
Desastre controlado
Conforme você pode ver nas imagens acima, divulgadas pela ACB News,
o avião atinge o solo de “nariz”, tendo a cabine de comando
completamente arrancada durante o impacto. Segundo as avaliações feitas
pelos especialistas, nenhum dos ocupantes da cabine nem os passageiros
ocupando as poltronas até a fileira 7 sobreviveriam à queda, já que a
força da gravidade entre as fileiras 6 a 8 seria de 12g. Más notícias
para o pessoal da primeira classe!
As forças de impacto foram diminuindo em direção à traseira do avião,
com passageiros sobreviventes mais ao fundo, onde, por razões óbvias, a
caixa preta normalmente é guardada. Já as análises dos bonecos de teste
revelaram que adotar a posição de impacto — aquela na qual você
posiciona a sua cabeça o mais próximo possível da superfície contra a
qual provavelmente vai se chocar — realmente pode salvar a vida de
muitos passageiros.
Pouca relevância
(Fonte da imagem: Reprodução/New Scientist)
Contudo, como bem apontou Paul Marks, do site New Scientist,
apesar do incrível espetáculo, o acidente com o Boeing 727 é bem pouco
relevante para a obtenção de dados válidos se considerarmos que esses
aviões foram projetados nos anos 60 e construídos com materiais pouco
representativos em relação a grande parte das aeronaves em uso hoje em
dia.
Além disso, ao contrário da maioria dos modelos atuais, que
apresentam os motores instalados na região das asas, o velho avião
derrubado pela Discovery conta com o seu motor posicionado na parte
traseira, localização comprovadamente pouco segura para esses
equipamentos.
Necessidade de testes com aeronaves reais
(Fonte da imagem: Reprodução/New Scientist)
Outra diferença se dá em relação à própria fuselagem, já que as
aeronaves atuais vêm, cada vez mais, adotando designs carregados de
materiais mais leves e que provocam menos ferimentos e danos — como as
fibras de carbono e de vidro — e outros que retardam a propagação de
incêndios, por exemplo.
De qualquer forma, segundo Marks, o teste realizado pela Discovery
serviu para apontar o óbvio: acidentes controlados são necessários para
se estudar o comportamento dos materiais que compõem as aeronaves
atuais, já que os engenheiros de hoje são obrigados a confiar unicamente
em simulações e cálculos realizados em laboratório.
Fontes: Discovery Channel, New Scientist e ACB News
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